A cobrança de royalties ainda gera dúvidas e inseguranças entre empreendedores que desejam ingressar no sistema de franquias. Para muitos, trata-se de uma despesa considerável; para outros, é um investimento necessário para acessar uma estrutura consolidada de negócio. De acordo com o advogado Marcelo Poli, especialista em franchising, compreender a lógica por trás dos royalties é essencial para avaliar o verdadeiro valor que eles entregam ao franqueado.
Segundo Poli, os royalties representam o pagamento feito pelo franqueado para usufruir da marca e do modelo de operação desenvolvido pela franqueadora. “É uma compensação pelo uso de um know-how que foi testado, aprimorado e que oferece vantagens competitivas reais no mercado”, explica o advogado.
A porcentagem cobrada varia conforme o setor. Em serviços, por exemplo, os royalties podem chegar a 10% ou mais do faturamento bruto. Já em franquias de alimentação, a média gira entre 4% e 5%. Não existe uma regra fixa, mas há um padrão setorial a ser considerado. Ainda assim, franqueados em fase inicial de operação podem encontrar dificuldades para arcar com os valores nos primeiros meses — algo que tende a ser superado à medida que a operação se estabiliza.
Uma alternativa que vem ganhando força para evitar a inadimplência é o uso da cessão de recebíveis de cartão como forma de pagamento automático dos royalties. Essa prática, já adotada por diversas redes por meio da plataforma Pagoz Franquias, automatiza a retenção do valor devido, trazendo mais segurança tanto para o franqueador quanto para o franqueado.
Poli enfatiza que os royalties não se limitam ao uso da marca, mas incluem uma série de benefícios agregados: manuais operacionais, treinamentos contínuos, sistemas de gestão e suporte técnico. “O conhecimento repassado vem de anos de experiência prática. Isso permite que o franqueado comece a operar com mais segurança e maior chance de sucesso, sem precisar reinventar a roda”, ressalta.
Além disso, o valor pago em royalties sustenta o suporte contínuo fornecido pela franqueadora. Esse acompanhamento pode incluir desde melhorias operacionais e atualizações estratégicas até campanhas de marketing nacionais e apoio jurídico. Tudo isso contribui para a padronização da rede e para a manutenção da força da marca no mercado.
Outro destino relevante dos royalties é o investimento em pesquisa e inovação. São esses recursos que garantem que a rede acompanhe as tendências de consumo, desenvolva novos produtos, melhore processos e incorpore novas tecnologias — o que reflete diretamente no desempenho de cada unidade franqueada.
Em síntese, o pagamento de royalties é parte fundamental do modelo de franchising. Longe de ser um custo isolado, ele representa um compromisso com a manutenção da qualidade, a força da marca e a evolução constante da rede. Para franqueados que desejam longevidade e competitividade, os royalties devem ser vistos como um pilar estratégico da operação.
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