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Três perguntas essenciais para avaliar antes de investir em uma franquia

Segundo a advogada especializada em franchising Melitha Novoa Prado, muitos candidatos a franqueados, movidos pela empolgação de abrir um negócio, esquecem de fazer questionamentos fundamentais. No entanto, essas perguntas podem ser decisivas para identificar se a franquia é realmente a escolha ideal.

A franquia é amplamente reconhecida como uma oportunidade de negócio que oferece menor risco, especialmente por se tratar de um modelo testado e com suporte de know-how. A Lei de Franquias (nº 13.966/19) inclusive estabelece que a transferência desse conhecimento seja uma obrigação do franqueador.

“O artigo 1º da lei garante que o franqueado terá acesso ao uso da marca, à propriedade intelectual e aos métodos operacionais desenvolvidos pelo franqueador. Esse é o coração do conceito de transferência de know-how”, explica Melitha, que tem mais de 35 anos de experiência no setor.

Entretanto, para além da transmissão de conhecimento, o franchising é uma relação interdependente que exige alinhamento entre franqueador e franqueado. “O sucesso depende de uma boa comunicação e de uma gestão alinhada, pois nenhuma das partes vence sozinha. Essa relação começa no processo de seleção, quando o candidato deve avaliar cuidadosamente se o modelo de negócio e os valores da marca estão em sintonia com os seus objetivos pessoais e profissionais”, afirma a especialista.

Com isso em mente, Melitha destaca três perguntas indispensáveis que todo candidato deve fazer à franqueadora durante o processo de seleção:


1. Como funciona a comunicação da franqueadora com sua rede?

Embora pareça uma pergunta simples, a resposta revela muito sobre a estrutura e a organização da franqueadora. Uma comunicação clara e eficaz é fundamental para o sucesso de qualquer rede de franquias.

É por meio de uma comunicação bem estruturada que informações operacionais, campanhas publicitárias e treinamentos chegam de forma consistente a todos os franqueados.

“Hoje, muitas franqueadoras utilizam tecnologia para facilitar o relacionamento com a rede, desde consultorias online até treinamentos e reciclagens. No entanto, mais do que ferramentas tecnológicas, é essencial que o franqueador invista em estratégias que promovam atenção, acolhimento e troca de informações de maneira transparente e acessível”, explica Melitha.


2. Qual é a abordagem da franqueadora na gestão de conflitos?

Nenhuma rede de franquias está imune a conflitos, sejam eles relacionados à gestão do fundo de propaganda, disputas territoriais ou outros desafios operacionais. Perguntar como a franqueadora lida com esses problemas pode revelar sua maturidade e capacidade de preservar a boa relação com os franqueados.

Franqueadoras maduras costumam adotar políticas preventivas para minimizar potenciais conflitos, além de oferecer soluções rápidas e justas quando problemas surgem.

“Antecipar-se aos conflitos é um diferencial. Redes que implementam políticas específicas para áreas sensíveis demonstram maior compromisso com a sustentabilidade e a transparência da relação”, observa a especialista.


3. Quais são as responsabilidades do franqueado e da franqueadora no dia a dia?

Para evitar frustrações, é essencial que o candidato compreenda claramente o que cabe a cada parte na operação do negócio. A transparência sobre responsabilidades evita mal-entendidos e ajusta as expectativas desde o início.

Por exemplo, a gestão de problemas cotidianos, como a ausência de funcionários, é de responsabilidade do franqueado. Já questões relacionadas à qualidade de fornecedores homologados são atribuições da franqueadora.

“O franqueado precisa entender que o suporte oferecido pela franqueadora não significa que ela assumirá responsabilidades operacionais. O papel do suporte é orientar e garantir o padrão da marca, enquanto cabe ao franqueado gerir sua unidade de maneira independente”, explica Melitha.


Embora existam muitas outras questões importantes a serem abordadas, essas três perguntas frequentemente passam despercebidas em meio à análise de números de faturamento e prazos de retorno.

“Os aspectos financeiros são relevantes, mas a verdadeira satisfação no franchising vem de um ambiente harmonioso, alinhado e saudável. Somente assim os resultados financeiros positivos serão sustentáveis a longo prazo”, conclui a advogada.

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