Abrir o próprio negócio é o sonho de muitos brasileiros, mas o caminho até o empreendedorismo pode ser arriscado. Nesse cenário, o franchising surge como uma alternativa atrativa para quem busca começar com mais segurança, aproveitando a força de uma marca já testada no mercado.
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor movimenta mais de R$ 240 bilhões ao ano no Brasil e segue em expansão, especialmente com os modelos de microfranquias e operações home based. Mas antes de assinar um contrato, é preciso entender exatamente o que significa ser um franqueado — e o que esperar dessa jornada.
O que significa ser um franqueado?
Ao optar pelo franchising, o empreendedor passa a operar uma unidade de negócio com base em um modelo já validado. A franqueadora oferece treinamento, consultoria e suporte operacional, além da força da marca e das estratégias de marketing já estruturadas.
No entanto, isso não elimina riscos nem garante sucesso automático. O franqueado não é funcionário da rede: ele é dono do próprio negócio, com toda a responsabilidade que isso envolve.
Quanto ganha um franqueado?
A rentabilidade de uma unidade franqueada varia bastante conforme o setor, o porte da operação e o ponto comercial escolhido.
De acordo com especialistas, o lucro líquido médio de uma franquia pode oscilar entre 5% e 20% do faturamento, mas o franqueado precisa ter disciplina financeira para retirar apenas parte desse valor e reinvestir no negócio.
No início, a realidade é ainda mais desafiadora: muitas vezes não há lucro nos primeiros meses, sendo necessário um período de adaptação e investimento contínuo.
O que é preciso para ser um franqueado?
Os requisitos vão além do capital inicial. Entre as principais características necessárias estão:
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Capital para investir: além da taxa inicial, é preciso considerar instalação, estoque, equipamentos, marketing e capital de giro.
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Disponibilidade: quanto maior a dedicação ao negócio, maiores as chances de sucesso.
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Perfil compatível com a rede: valores e forma de atuação precisam estar alinhados.
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Habilidade com pessoas e números: lidar com clientes e controlar as finanças é fundamental.
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Capacidade de seguir processos: o franchising exige disciplina para manter os padrões da marca.
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Resiliência emocional: empreender é um processo desafiador, mesmo em um sistema mais seguro.
Qual o valor mínimo para abrir uma franquia?
O mercado brasileiro conta com microfranquias a partir de R$ 5 mil, mas especialistas alertam: o valor da taxa de franquia é apenas parte do investimento. É preciso prever custos de manutenção, marketing, capital de giro e, muitas vezes, dedicação integral ao negócio.
O passo a passo para se tornar um franqueado
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Entenda o que é franquia: trata-se da replicação de um negócio testado, com regras claras e suporte contínuo.
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Faça uma autoavaliação: está preparado para abrir mão da estabilidade de um salário fixo ou da autonomia de empreender sozinho?
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Defina quanto pode investir: avalie recursos próprios, familiares ou financiamentos, sempre considerando reservas para se manter nos primeiros meses.
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Pesquise segmentos: alimentação, saúde, moda, serviços, home office — o ideal é escolher o que mais combina com seu perfil.
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Analise a COF (Circular de Oferta de Franquia): documento obrigatório que traz dados legais, financeiros e operacionais da rede. O acompanhamento de um advogado especializado em franchising é altamente recomendado.
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Converse com franqueados e ex-franqueados: eles oferecem a visão mais realista da operação.
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Participe do processo seletivo: muitas franqueadoras são criteriosas e isso é positivo, pois garante maior compatibilidade.
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Assine o contrato e prepare a operação: começa então a fase de implantação, com treinamentos e estruturação do ponto.
Vantagens e desvantagens de ser um franqueado
Vantagens:
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Negócio testado e validado.
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Marca reconhecida no mercado.
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Suporte e treinamento da franqueadora.
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Ações de marketing nacional.
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Rede de troca com outros franqueados.
Desvantagens:
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Investimento inicial pode ser mais alto do que abrir sozinho.
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Pagamento contínuo de royalties e taxas.
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Regras e padrões obrigatórios.
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Menor autonomia para decisões estratégicas.
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Dependência da saúde financeira da franqueadora.
Por que franquias também podem fracassar
O franchising é considerado mais seguro do que abrir um negócio do zero, mas não é infalível. Pesquisas apontam que os principais motivos de insucesso de unidades franqueadas são:
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Falta de capital de giro;
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Perfil inadequado do franqueado;
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Escolha equivocada do ponto comercial;
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Dificuldades na gestão de pessoas;
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Má gestão financeira.
Ou seja, o modelo ajuda, mas o sucesso depende da atuação direta do franqueado.
Vale a pena ser um franqueado?
Para quem deseja empreender com menos riscos e não quer começar sozinho, a franquia pode ser uma excelente porta de entrada. O modelo oferece aprendizado estruturado, suporte contínuo e acesso a uma rede que já passou por erros e acertos.
No entanto, é importante alinhar expectativas: não se trata de um “salário garantido”, mas de um negócio que exige dedicação intensa e gestão eficiente. Como dizem especialistas do setor: franquia não é atalho para enriquecer — é uma escola de empreendedorismo que aumenta suas chances de sucesso.
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