Herdeiros no comando: a nova cara das franquias de segunda geração

Enquanto muitas empresas familiares enfrentam dificuldades na sucessão, um movimento vem se destacando no setor de franquias: a ascensão da segunda geração de franqueadores. Jovens filhos de fundadores estão assumindo o comando das redes e imprimindo novas estratégias digitais, de branding e expansão internacional, sem perder o DNA da empresa.

É o caso da rede de alimentação saudável Go Juice, fundada em 2009 por Marco e Silvana Leme. Hoje, quem está à frente da operação é a filha do casal, Juliana Leme, de 29 anos, formada em marketing digital e com experiência no mercado americano. Desde que assumiu, Juliana reposicionou a marca, criou um aplicativo próprio e abriu unidades fora do Brasil.

“O desafio é manter a essência que meus pais criaram, mas conectar com uma geração que busca praticidade e engajamento”, afirma Juliana. “Digitalizamos processos, mas mantemos a proximidade humana, que sempre foi nosso diferencial.”

O dilema da sucessão

Segundo levantamento da PwC Brasil, apenas 19% das empresas familiares brasileiras têm um plano de sucessão estruturado. No franchising, isso vem mudando — com herdeiros cada vez mais preparados para assumir, muitos deles com MBAs, vivência internacional ou atuação prévia como franqueados.

“Os fundadores abrem caminhos com coragem e instinto; os filhos trazem estratégia e inovação”, resume o consultor Marcus Rizzo, especializado em franquias familiares.

Desafios e oportunidades

Assumir o negócio da família, no entanto, não é tarefa simples. Há conflitos geracionais, resistência a mudanças e a necessidade de conquistar respeito entre franqueados mais antigos.

“Tem que provar que você não está ali só por ser filho do dono, mas porque tem visão e competência”, diz Thiago Nakano, herdeiro da rede de lavanderias Lave Bem, que está investindo em franquias 100% automatizadas.