Empreender fora dos grandes centros urbanos tem se mostrado uma estratégia promissora para quem busca autonomia profissional, qualidade de vida e rentabilidade. Cada vez mais, cidades pequenas vêm atraindo investidores interessados em abrir franquias — especialmente no setor educacional, que cresce mesmo longe das capitais.
Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) revelam que, em 2024, 48% das franquias brasileiras estavam instaladas em municípios com menos de 500 mil habitantes. O movimento reflete uma descentralização do franchising e o reconhecimento do potencial de regiões com menor concorrência e alta demanda por serviços especializados.
Um dos segmentos que mais se beneficia dessa tendência é o de educação. Segundo a ABF, o setor registrou crescimento de 5,4% no quarto trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Parte desse avanço se deve à expansão de redes educacionais em cidades interioranas, que ainda carecem de ensino técnico e cursos de idiomas.
Rede nascida no interior comprova viabilidade
Um exemplo de sucesso é a Via Certa Educação Profissional, rede de franquias especializada em cursos profissionalizantes, fundada em Birigui, no interior paulista. Atualmente, a marca possui 61 unidades espalhadas pelo Brasil — sendo 80% delas localizadas fora das grandes capitais.
Com investimento inicial a partir de R$ 90 mil, a rede mostra que é possível alcançar altos resultados mesmo em municípios com menos de 50 mil habitantes. Vários franqueados da Via Certa demonstram que atuar em cidades pequenas pode acelerar o retorno do investimento e garantir margens expressivas de lucro.
História de uma empreendedora no interior
Simoni Dias Oliveira de Ribeiro é um desses casos. Com mais de uma década de experiência no setor educacional, ela decidiu empreender e hoje administra duas unidades da Via Certa nas cidades paulistas de Guararapes e Valparaíso.
Antes de se tornar franqueada, Simoni trabalhou com Décio Marchi, atual diretor executivo da rede, em outra empresa do mesmo segmento. Quando ele lançou a Via Certa, ela aproveitou a oportunidade para abrir sua própria unidade.
“Foi a chance de transformar meu conhecimento em um negócio. Já conhecia o setor e sabia do potencial nas cidades menores”, comenta a empresária.
Em 2015, abriu a primeira escola em Guararapes. Três meses após a inauguração, já contava com 150 alunos e faturava R$ 15 mil mensais. Quatro anos depois, expandiu para Valparaíso.
Atualmente, as duas unidades juntas atendem mil alunos e faturam, somadas, cerca de R$ 95 mil por mês.
Mercado pouco explorado e retorno acelerado
Para Simoni, cidades pequenas oferecem um ambiente menos competitivo, o que facilita a conquista de alunos e acelera o retorno financeiro. “Nos grandes centros, o número de concorrentes é maior e leva mais tempo para atingir resultados. No interior, você consegue crescer mais rápido”, afirma.
Ela destaca ainda que muitos municípios de pequeno porte estão em regiões com polos industriais ou agrícolas, o que aumenta a demanda por qualificação técnica e por ensino de idiomas — áreas que a Via Certa atende com foco.
A experiência de Simoni e de outros franqueados da rede reforça que empreender em cidades menores pode ser uma alternativa estratégica para quem quer abrir uma franquia com bom potencial de crescimento e impacto local. O interior, antes visto como um mercado limitado, mostra-se hoje como um terreno fértil para o sucesso no franchising.
Deixe um comentário