A pesquisa “Sondagem Omie das Pequenas Empresas” oferece um insight valioso sobre as perspectivas dos empreendedores e gestores, destacando que 83% das pequenas empresas vislumbram um aumento no faturamento no curto prazo, enquanto apenas 1% demonstra expectativas negativas. Além disso, a pesquisa aponta para uma visão da evolução da economia brasileira e outros avanços setoriais, incluindo expectativas de crescimento.
Os resultados dessa pesquisa realizada pela plataforma de gestão na nuvem permitem identificar tendências do mercado e as principais preocupações dos pequenos empresários no país. Essas empresas desempenham um papel crucial na economia brasileira, contribuindo significativamente para o PIB e oferecendo oportunidades no mercado de trabalho doméstico.
Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, destaca: “É interessante notar o otimismo dos pequenos empresários em relação ao crescimento dos negócios no curto prazo, especialmente em relação ao aumento do faturamento e às contratações”.
A pesquisa, realizada em março através de um questionário online destinado aos clientes da Omie optantes pelo Simples Nacional, coletou percepções de 298 respondentes, incluindo CEOs, diretores, sócios e gerentes de pequenas empresas.
Crescimento do faturamento
Os dados revelam que 54% dos entrevistados observaram um crescimento no faturamento de suas empresas recentemente, enquanto apenas 17% relataram uma queda. Esse resultado está em linha com os dados do IODE-PMEs, indicador da Omie que acompanha o desempenho financeiro das PMEs brasileiras.
“No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro de 2024, o IODE-PMEs registrou um crescimento de 9,3%. Além disso, no primeiro bimestre de 2024, o crescimento indicado pelo índice está presente em diversos setores da economia”, ressalta o economista.
Além do crescimento do faturamento, mais da metade dos respondentes relatou contratações recentes, embora apenas 30% dessas contratações representassem novas vagas de emprego, enquanto 29% foram destinadas à reposição de pessoal.
Por outro lado, 82% dos empresários mencionaram um aumento nos custos e despesas de suas empresas, enquanto apenas 4% relataram uma redução nos últimos meses. Esse cenário pode parecer contraditório em um momento de redução das pressões inflacionárias na economia, mas Beraldi explica que certos componentes específicos do IPCA estão influenciando os custos das empresas, como o aumento dos preços da gasolina, planos de saúde e energia elétrica, juntamente com o aumento real do salário mínimo em 2024.
Perspectivas sobre a economia
Quanto às percepções gerais sobre a evolução da economia brasileira, 33% dos entrevistados esperam uma melhora nos próximos meses. No entanto, a distribuição das respostas indica um grau considerável de incerteza, com 36% esperando que a economia permaneça estável e 31% prevendo alguma piora. Esse equilíbrio nas respostas sugere uma visão macroeconômica cautelosa por parte dos pequenos empresários, influenciada por fatores como juros elevados e incertezas políticas.
Principais desafios enfrentados pelas pequenas empresas
A última questão da pesquisa buscou identificar as principais dificuldades enfrentadas pelas pequenas empresas no mercado. As principais preocupações destacadas pelos entrevistados foram:
- Custos elevados com mão de obra (mencionado por 48% dos respondentes)
- Competitividade acirrada no segmento (41%)
- Falta de capital de giro (34%)
Embora as duas principais preocupações tenham permanecido consistentes em pesquisas anteriores, observou-se um aumento notável nas respostas relacionadas à falta de capital de giro, refletindo a pressão financeira enfrentada pelos entrevistados e a dificuldade de acesso ao crédito para os pequenos empresários.
Deixe um comentário